Descobrindo Salvador – a acessibilidade da primeira capital do Brasil

O turista que chega em Salvador já é bem-recebido na saída do aeroporto. “Eu quero é prova e um real de big-big” se você nunca teve vontade de conferir de perto a beleza do caminho ornamentado por bambuzais que nos leva ao encontro de um dos lugares mais marcantes de expressão da cultura brasileira. Aliás, se você está querendo conhecer Salvador, é bom ir aprendendo algumas frases usadas por lá. Uma boa dica para começar é assistir ao filme “Ó paí ó”, cujos protagonistas são os grandes atores baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura. Logo você vai se pegar repetindo as frases mais usadas na região e entender que se um soteropolitano lhe disser que “quer prova e um real de big-big”, ele só está descrente de que algo irá realmente acontecer. Mas, esqueça aquele mito de que soteropolitano fala “meu rei”. Isso só acontece nas novelas e seriados. E por falar em soteropolitanos… Mais do que apreciar os pontos turísticos e conhecer a culinária, os viajantes que decidem visitar Salvador, irão encontrar pessoas acolhedoras, calorosas e disponíveis a ajudar.Para os turistas com deficiência e/ou mobilidade reduzida, em alguns pontos turísticos, o que não vai faltar é necessidade de ajuda. Isso porque, principalmente a parte mais histórica da cidade, ainda é muito carente de acessibilidade.

Pelourinho

Um dos cartões postais de Salvador, o Pelourinho é um patrimônio histórico preservado e justamente por isso é um lugar para visita breve já que, infelizmente, não há muito acessibilidade no local. Muito embora em tenha sido criado no ano de 2013 o Projeto Pelô Acessível, que criou algumas rotas acessíveis, a grande parte das ruas possui calçadas estreitas, sem rampas e chão com pedras, o que dificulta muito a mobilidade para este público. Entretanto, se assim como eu, você não quiser deixar de conhecer um dos pontos turísticos mais famosos da cidade, pode usar as três rotas acessíveis criadas pelo projeto. A primeira delas compreende o percurso com início no Cruzeiro de São Francisco, desenvolve-se pela Rua Gregório de Matos, chega ao Largo do Pelourinho e volta pela Rua Alfredo de Brito até o Terreiro de Jesus, onde fecha o circuito no ponto de partida. A segunda delas estende-se pela Rua das Laranjeiras, ligando o estacionamento com acesso pela Baixa do Sapateiro ao Terreiro de Jesus. Já a terceira conecta a Igreja de São Francisco e Ordem 3ª do Carmo à Rua das Laranjeiras. Além disso, a Praça da Cruz Caída conta com rampas de acesso e uma bela vista para a Baía de Todos os Santos. Nós indicamos fazer o turismo com agências especializadas, mas caso não seja possível, é interessante utilizar meios de transporte particulares como táxi ou Uber, pois muitos ônibus em Salvador não estão preparados para transportar pessoas com deficiência. Entre alguns pontos, é possível o uso do metrô.

Mercado Modelo

Se você quer fazer compras de presentes para a família e amigos sem gastar muito, aqui é o lugar ideal. Além disso, é possível desfrutar da culinária baiana em algum dos restaurantes típicos que existem por lá.

Elevador Lacerda

Está no Mercado Modelo e ainda tem disposição para continuar o passeio? Então, é só seguir até o Elevador Lacerda. Talvez o ponto turístico mais famoso da cidade, o Elevador liga a cidade alta à cidade baixa. Além disso, na parte superior é possível ter uma linda vista da Baía de Todos os Santos enquanto toma um sorvete na tradicional sorveteria A Cubana. Eu confesso que sou apaixonada por essa sorveteria, que conta com outras unidades distribuídas pela cidade.

Farol da Barra

O Farol da Barra é icônico. Meu lugar preferido sempre que eu desejava contemplar o pôr-do-sol mais bonito da cidade quando ainda morava em terras soteropolitanas. Infelizmente, assim como o centro histórico da cidade, não conta com acessibilidade nem para ficar mais próximo do farol, visto que é uma subida íngreme, nem para a subida dentro da torre, o que só é feito por escadas. Mas, sempre que ia passar um final da tarde no Farol, contava com a ajuda dos amigos e nunca deixava de ficar mais pertinho do mar para ver a noite chegar. Com uma ajudinha e um pouco de desejo de aventura, é possível ter uma vista privilegiada neste ponto turístico. Para completar o passeio, é só aproveitar a caminhada pelo calçadão e curtir algum dos muitos bares ao longo da orla da Barra.

Igreja do Nosso Senhor do Bonfim

Só quem já conheceu a Igreja do Bonfim é capaz de compreender a intensidade da fé e religiosidade que circula entre as pessoas que ali estão. É um daqueles lugares que não deve ficar de fora do nosso roteiro. Em suas cercas de ferro são amarradas fitinhas do Bonfim e para cada um dos três nós deve ser feito um pedido. Ainda melhor porque rampas de acesso permitem entrar na igreja e admirar seu interior.

Não poderíamos deixar de citar o agradável bairro da Ribeira, que há um tempo teve a calçada da orla reformada e é um passeio acessível, dos bares no boêmio bairro do Rio Vermelho e a agradável opção de jantar no Palacete das Artes.

Gastronomia

Não poderíamos terminar esse roteiro sem dar dicas sobre a melhor forma de aproveitar a culinária baiana. Se quiser degustar de um bom acarajé ou abará, pode encontrar os melhores no bairro do Rio Vermelho: no Largo da Dinha ou no Largo da Cira. Para moquecas, nossa dica é conhecer o restaurante Ki-mukeka ou o restaurante Iemanjá. Posso garantir que será uma das moquecas mais deliciosas que o turista terá a oportunidade de conhecer. Depois dela, é só pedir uma cocada como sobremesa. Mas, se você quiser se refrescar no calor de Salvador, pode encontrar excelentes opções na Momo Gelateria, que tem uma unidade muito agradável no bairro da Pituba.

Publicado por por Amanda Brito

Administradora e Especialista em Gestão Empresarial e em Educação, atua há mais de dez anos conduzindo processos de Gestão Estratégica de Pessoas, Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano, além de já ter coordenado grupos de trabalho sobre Equidade em ambientes corporativos. Apaixonada por transformação de pessoas, possui formação em Coaching Executivo e Life Coaching, em curso credenciado pelo ICF, e em Practitioner em PNL. Também ministra palestras e tem experiência facilitando processos em Grupos. Baiana radicada no Rio, e viajante nas horas vagas, seus pés não sabem andar nem ficar quietos.

Um comentário em “Descobrindo Salvador – a acessibilidade da primeira capital do Brasil

  1. Caros viajantes, excelente dicas!!Os acompanho , e feliz em vê-los a partilhar das alegrias vividas em cada descoberta.Grande abraco, Matary Tayguara

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: