Em um momento onde é difícil prever o futuro do nosso trabalho e com o progressivo desaparecimento de profissões como conhecemos hoje, a estrada linear deu lugar a um sinuoso caminho de incertezas. É natural que, com a velocidade com que as mudanças vêm acontecendo, sejamos tomados por uma inquietação na busca por respostas para atender as novas demandas. Mas, antes de pensarmos em soluções para nos mantermos preparados para atender a um mercado de trabalho cada vez mais complexo, é importante refletirmos sobre as nossas individualidades, quer sejam no nosso processo de aprendizagem ou na construção das estratégias relacionadas às nossas carreiras. Sendo assim, o “pensar digital”, tão propagado neste contexto, vai muito além de desenvolver competências digitais incluindo, sobretudo, o pensamento e o conhecimento que lhes trarão sucesso.
Pode-se perceber, portanto, que os programas de capacitação engessados, as respostas prontas e a escolha de meia dúzia de escolas de grife deixaram de trazer quaisquer garantias. O próprio modelo educacional tem passado por profundas transformações, saindo de uma padrão de transmissão de conhecimento (“instrução”) para a facilitação do aprendizado (“ensinar”). No mundo do trabalho, mesmo em áreas onde há trilhas profissionais claras, tais como medicina, enfermagem ou engenharia, a base de conhecimento e até mesmo as condições de trabalho tendem a sofrer mudanças rápidas e transformações ao longo desse período de tempo.
Mas, em termos práticos, quais são as competências necessárias na sociedade do conhecimento?
1. Habilidades de pensamento, as quais envolvem o pensamento crítico, a capacidade de resolver problemas, criatividade e elaboração de estratégias. Estas são algumas das mais importantes habilidades necessárias em uma sociedade baseada no conhecimento. Os profissionais são cada vez demandados para serem solucionadores de problemas, principalmente porque as atividades que demandam seguir processos padronizados tendem a se tornar automatizados;
2. Capacidade de aprender de forma independente: isso está muito relacionado ao protagonismo de carreira, que pressupõe assumir a responsabilidade de planejar o que você precisa saber e onde encontrar esse conhecimento. Diferente do que acontecia há algumas décadas atrás, é um processo contínuo porque a base do conhecimento está em constante mutação;
3. Gestão do conhecimento: esta é uma habilidade que está relacionada com encontrar, avaliar, analisar, aplicar e divulgar informações em um contexto particular;
4. Competências digitais: o uso da tecnologia digital precisa estar integrado à base de conhecimentos de cada área específica. Ou seja, muito embora a maioria das atividades baseadas no conhecimento dependam fortemente do uso de tecnologias, a questão-chave é que essas habilidades precisam ser incorporadas ao domínio do conhecimento em que a atividade ocorre;
5. Habilidades de comunicação: além das capacidades tradicionais de ler, falar e escrever de forma coerente e clara, precisamos incluir habilidades de comunicação em mídias sociais, de receber e incorporar feedback, compartilhar informações de forma adequada e identificar tendências e ideias de outros;
6. Ética e responsabilidade necessárias para construir o ambiente de confiança;
7. Trabalho em equipe e flexibilidade: os trabalhadores do conhecimento dependem fortemente da colaboração e da partilha de conhecimentos com outras pessoas. Além disso, precisam saber como trabalhar de forma colaborativa, virtualmente e a distância com colegas, clientes e parceiros.
Sabemos que o desenvolvimento das competências citadas acima é relativamente específico ao contexto é que é preciso muita prática para alcançar a maestria e consistência em uma habilidade particular. Muitas vezes, esse processo de aprendizagem acontece melhor através de passos relativamente pequenos acompanhados de feedbacks regulares.
A propósito, você está preparado para lidar criativamente com os desafios da era digital?
Instituto AB 