A coragem de determinar quem se quer ser

Lembro do primeiro livro que li, há alguns anos, quando comecei a despertar para a importância do autoconhecimento. Havia nele uma citação que me causou grande reflexão e que eu carrego até hoje: “não tente descobrir quem é, mas determinar quem quer ser”. Há nessa mensagem uma sutil, e profunda, mudança de perspectiva: saímos da posição de espectadores sobre as nossas limitações, nossos traumas para um sujeito ativo, que usa esse conhecimento em prol do seu autodesenvolvimento. E à medida que seguimos nesse caminho de construção, vamos lidando com a nossa humanidade, descobrindo as nossas sombras e trabalhando as fraquezas.

Confesso que não é fácil. Não é à toa que muitas pessoas ainda passam grande parte de suas vidas sendo zumbis vivos, sem se envolver e, portanto, sem se sentirem envolvidas. Um autor descreveu a humanidade dizendo: “A maioria das pessoas morre aos vinte anos e é enterrada aos oitenta.”

Apesar desse “despertar” ser um grande desafio, todos nós temos o potencial para alterar os padrões de pensamentos, substituindo aqueles que refletem em um estilo de vida sem rumo.

Os objetivos que construímos quando saímos de um estado de adormecimento sobre tomar as rédeas da nossa vida, muitas vezes podem ser julgados como difíceis ou impossíveis por aqueles que nos rodeiam. Justamente por isso é importante estarmos fortalecidos pela consciência das nossas forças e dos nossos pontos de melhoria, de forma a analisar com abertura, imparcialidade e cautela antes de acatar os conselhos de terceiros. A modelagem da excelência também nos sugere avaliar as realizações daqueles que assumem a posição de críticos. Eles alcançaram os sonhos deles? Eles, de algum modo, possuem características bem desenvolvidas que eu julgo importantes para a pessoa que eu desejo me tornar? Certamente as nossas interações tocam em pontos sensíveis dentro de nós. Porém, a decisão final deve ser nossa.

Assim, notamos que tudo isso está intimamente ligado com a descoberta do nosso propósito, o que demanda olhar profundamente para dentro de nós. Esse processo de auto-análise envolve ouvir nosso coração, lugar que vai evidenciar o que você normalmente gosta de fazer e que pode representar a sua paixão. Qualquer coisa feita com paixão é como uma brincadeira em que a tarefa é realizada sem hesitação. Você dá o seu melhor e não sente nenhuma pressão ou resistência. Certamente podem existir barreiras que o impeçam de alcançar o seu objetivo, mas o desejo do seu coração irá encontrar formas de ultrapassar essas barreiras para que você possa obter o que quer na vida. Isso não significa negligenciar o uso da lógica. Nosso papel é estar em harmonia com a mente e o coração.

Para Sri Prem Baba, é preciso ter coragem para ser quem se é. Eu, humildemente, complemento dizendo que é preciso ter coragem para determinar quem se quer ser.

Publicado por por Amanda Brito

Administradora e Especialista em Gestão Empresarial e em Educação, atua há mais de dez anos conduzindo processos de Gestão Estratégica de Pessoas, Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano, além de já ter coordenado grupos de trabalho sobre Equidade em ambientes corporativos. Apaixonada por transformação de pessoas, possui formação em Coaching Executivo e Life Coaching, em curso credenciado pelo ICF, e em Practitioner em PNL. Também ministra palestras e tem experiência facilitando processos em Grupos. Baiana radicada no Rio, e viajante nas horas vagas, seus pés não sabem andar nem ficar quietos.

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