Cadeirante em voo internacional: o que você precisa saber

Uma viagem internacional exige planejamento, mas se for a bordo de uma cadeira de rodas, demanda o PDCA completo (piadinha de Administradora). Um esforço que vale a pena porque, quando se trata de países mais desenvolvidos, a acessibilidade costuma ser bem melhor do que a que encontramos aqui no Brasil e, com as dicas que iremos compartilhar, a viagem tem tudo para se tornar inesquecível!

Compra de passagens e stop-over

É importante ter atenção redobrada desde a compra das passagens, fornecendo as informações solicitadas pela companhia aérea, relacionadas à possibilidade de caminhar curtas distâncias, a portabilidade de medicamentos líquidos, equipamentos médico-hospitalares (marca-passo, aparelhos respiratórios), cão-guia ou alguma restrição alimentar. Além disso, nesta etapa já é possível solicitar o serviço de acompanhante, disponível para pessoas com deficiência e idosos. E, para garantir, faça uma confirmação via telefone 48 horas antes do voo, sempre lembrando que é dever da companhia se adequar para atender às suas necessidades.

A compra de uma passagem internacional nunca será barata, mas alguns recursos podem torná-la mais acessível. Um deles é o stop-over, que possibilita uma pequena parada no meio da viagem, para que o passageiro possa passar um tempo em uma cidade de conexão. As condições e cidades variam muito de acordo com cada empresa. Por exemplo, a companhia aérea portuguesa TAP oferece voos para diversas cidades europeias, com um stop-over de uma quantidade específica de dias em Lisboa ou Porto. Já a Air France oferece como destino intermediário as cidades de Amsterdã ou Paris, sem limite de dias para permanência. As empresas que permitem a parada podem cobrar uma taxa ou oferecê-la gratuitamente como benefício a seus passageiros, mas, de qualquer forma, essa é uma excelente opção para que deseja fazer uma boa economia.

O embarque

Se você quer começar bem uma viagem ao exterior, recomenda-se a chegada ao aeroporto com no mínimo duas horas de antecedência. Sendo cadeirante, o ideal é adicionar um tempo extra, mesmo havendo prioridade nas filas, já que há uma quantidade razoável de trâmites.

Durante o atendimento no guichê do check-in, é fundamental conferir os dados da etiqueta que irá identificar a sua cadeira de rodas. Indicamos, também, a solicitação de um funcionário da companhia aérea para o acompanhamento até o embarque. Esse serviço é especialmente importante mesmo que você consiga rodar longas distâncias, já que nem sempre será possível “seguir o fluxo” dos passageiros do mesmo voo que o seu, caso se, por exemplo, o caminho incluir uma escada. Um funcionário estará preparado para seguir pelo melhor itinerário. Ao deixar a sua cadeira de rodas com a companhia aérea, não se esqueça de retirar e levar junto com você as partes removíveis, tais como como assentos e encostos, visto que elas podem se perder pelo caminho.

Dependendo do aeroporto e do avião, existem várias opções realizar o embarque do cadeirante. A melhor e mais simples delas é utilizando o finger, um corredor que liga o saguão do aeroporto ao avião, sem grandes obstáculos. Outra opção é uma espécie de plataforma conhecida como ambulift, que é utilizada quando não há vaga nos fingers e o avião pousa mais afastado. Normalmente um transporte (ônibus ou van) adaptado leva o passageiro da área de embarque até o ambulift.

Dicas para o voo

Nos voos internacionais, cadeirantes não têm direito a ficar na primeira fileira, portanto para chegar até a poltrona é necessário transferir para uma cadeira estreita que circula pelos corredores do avião (aisle chair) e que é utilizada também nos deslocamentos até o banheiro.

Assim, caso não o passageiro não consiga caminhar curtas distâncias, é recomendável ir ao banheiro antes de embarcar, pois essa tarefa não é das mais simples de se fazer durante o voo. Nesse caso, é preciso solicitar a aisle chair a um (a) comissário (a) de bordo. O banheiro é sempre muito apertado e mal dá pra fechar a porta com a cadeira do avião dentro. Lembrando que os (as) comissários (as) de bordo podem ajudar durante o percurso, mas não estão autorizados (as) prestar auxílio dentro do banheiro. Há a experiência de pessoas com deficiência que utilizam sondas para esvaziar a bexiga e preferem fazer isso na própria poltrona quando todos estão dormindo, coletando a urina numa garrafinha d’água vazia. Porém, além de ser necessário certa intimidade com o seu acompanhante, é preciso que estejam só vocês dois na fileira. No final das contas, cada um acaba encontrando um jeito próprio de atender aos chamados irrecusáveis da natureza.

Outra dica importante é movimentar as pernas (mesmo que com a ajuda dos braços), ou, se estiver acompanhado, pedir para o seu acompanhante movimentá-las. Isso é importante em voos de longa duração, especialmente para aquelas pessoas que não andam e podem acabar com os pés/pernas inchados.

Desembarque

Se no embarque somos os primeiros a entrar, no desembarque somos os últimos a sair, o que demanda um pouco de paciência para esperar uma quantidade grande de pessoas deixar a aeronave.

Assim como acontece durante o embarque, o (a) viajante pode solicitar o acompanhamento de um funcionário da companhia aérea até a saída do aeroporto.

Viajar para o exterior é isso: passar vários “perregues”, mas aproveitar o máximo cada minuto da viagem! E aí, já arrumou as malas?

(Esse texto foi elaborado em colaboração com Rayane Brasil)

Publicado por por Amanda Brito

Administradora e Especialista em Gestão Empresarial e em Educação, atua há mais de dez anos conduzindo processos de Gestão Estratégica de Pessoas, Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano, além de já ter coordenado grupos de trabalho sobre Equidade em ambientes corporativos. Apaixonada por transformação de pessoas, possui formação em Coaching Executivo e Life Coaching, em curso credenciado pelo ICF, e em Practitioner em PNL. Também ministra palestras e tem experiência facilitando processos em Grupos. Baiana radicada no Rio, e viajante nas horas vagas, seus pés não sabem andar nem ficar quietos.

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