Durante a última semana, fomos entrevistados pela TV Brasil e uma das perguntas que abriram nosso bate papo foi sobre a que atribuíamos a superação de desafios e o alcance de uma vida feliz. Não dá para responder essa pergunta sem falar sobre a importância da inteligência emocional nos resultados que desejamos alcançar.
Mas, como definir a inteligência?
Dentro deste mundo cada vez mais complexo, as principais habilidades de uma pessoa considerada inteligente são aprender a aprender, aprender a desaprender e aprender a reaprender. Assim, sabedoria não é ter o conhecimento em si, mas sim, ter a habilidade de aprender rapidamente com a diversidade.
Outra fator atribuído à inteligência é a capacidade de correlacionar fatos e eventos, aparentemente diferentes, e gerar soluções criativas como resultado. Neste contexto, ser flexível significa ter uma atitude pragmática que traga os resultados desejados, independentemente da situação e da complexidade do momento. Assim, a quantidade de diferentes alternativas que uma pessoa possui no seu arsenal comportamental caracteriza seu grau de inteligência. O descontrole emocional pode ser um sintoma de falta de inteligência porque impede as pessoas de perceber novas informações relevantes, de aprender e se adaptar à situação.
Fora deste conceito amplo sobre inteligência, caímos no equívoco de classificar como bizarro, à primeira vista, o comportamento de algumas pessoas em determinadas situações. Entretanto, em alguns casos, o problema de tais comportamentos pode não ser uma escolha errada, mas não ter escolhas suficientes em função de um mapa mental com percepção muito limitada da situação.
Tudo isso nos leva a crer que o mais importante daquilo que consideramos como erros e fracassos é saber o que foi que aprendemos com eles. O quanto ficamos melhores, mais sábios, mais compreensivos com essas experiências. Um exemplo é quando recebemos algum feedback ou crítica que não gostamos, muitas vezes ficamos nos defendendo e racionalizando a respeito dos resultados. Em vez disso, podemos optar por agir de modo diferente na próxima vez, gerando assim um resultado novo e melhor. Portanto, lembre-se de algo bem simples quando for tomar suas decisões: quanto mais opções você se permitir enxergar, maior será seu ajustamento com os desafios do momento e maior a chance de tomar decisões acertadas. Quem só tem uma opção na hora de fazer escolhas está, na verdade, sem saída e sente-se “encurralado contra a parede”. O segredo consiste em gerar essas opções para si próprio. Sem novas opções, você estará destinado a repetir as mesmas ações, que vão geram os mesmos resultados.
Indo além da inteligência lógico – matemática
Nos últimos anos, muitas pesquisas foram realizadas sobre a inteligência, surgindo especializações relacionadas à inteligência emocional. Tais estudos revelam a importância da educação para desenvolver a maturidade emocional das pessoas, de conhecer suas emoções e como lidar com elas. Além disso, foi evidenciado a importância da empatia no sucesso pessoal e social. Mas, esse conhecimento não ficou restrito aos espaços acadêmicos, expandindo-se para os ambientes corporativos, onde adquiriu relevância sobretudo pela vantagem competitiva entre os executivos eficazes e os medíocres.
Para a maioria das pessoas, a emoção está sujeita a certa regras e princípios que podem ser usados para detectar, perceber e raciocinar com os sentimentos. É claro que não é possível generalizar e muitas questões sobre as emoções não têm respostas “certas”. Elas dependem da nossa sensibilidade (ou acuidade sensorial) para perceber outras informações do contexto. Portanto, muito além da detecção do tipo de emoção em análise, geralmente é necessário um conhecimento profundo do próprio mapa mental e da cultura de onde os participantes estão inseridos.
A primeira das habilidades relacionadas à inteligência emocional é a a capacidade de regulagem das emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. Isso acontece à medida que conseguimos administrar as nossas próprias emoções, além de se associar ou dissociar das emoções de maneira consciente.
Outra relevante habilidade é a análise e compreensão das emoções, ou seja, o uso do conhecimento emocional. Além de abarcar a compreensão de sentimentos complexos, ela possibilita reconhecer as transições subjetivas das emoções, identificar as relações entre as palavras e os sentimentos e interpretar corretamente os significados que as emoções estão expressando no contexto em que estão ocorrendo.
A facilitação emocional do raciocínio também é uma outra habilidade atrelada à inteligência emocional. Estados emocionais diferentes estimulam formas distintas de raciocínios e de abordagem dos problemas, como, por exemplo, a maneira pela qual a alegria facilita o raciocínio indutivo e criativo. Associado a isso, as emoções definem as prioridades dos raciocínios, direcionando a atenção para informações mais importantes.
As outras definições sobre inteligência emocional estão atreladas à percepção, avaliação e expressão da emoção. São habilidades relacionadas a identificar as emoções através do estado físico, da linguagem, da musicalidade, da aparência das pessoas e, também, da expressão das emoções com precisão, demonstrando as necessidades relacionadas a elas.
Dentro das nossas experiências de vida, os conhecimentos racionais têm uma pequena influência em nosso desempenho e realização pessoal quando comparados com nossa forma emocional e espiritual de lidar com os desafios da vida.
“Tolo é aquele que naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar”
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