Conteúdo Raro: Conheça a Consultoria Inclusiva que já impactou mais de 5 mil profissionais

As empresas inclusivas buscam profissionais que se enquadrem nos critérios profissionais, independente de suas limitações. Que tal elevar a voz dos profissionais raros que buscam uma oportunidade? Na newsletter “Conteúdo Raro”, você encontrará informações, histórias raras, dicas de empresas inclusivas, Ong’s e especialistas em Doenças Raras. Para acompanhar a série, clique no botão “Assinar”, ali no topo, à direita. E não se esqueça de deixar seus comentários no fim do artigo!

A exclusão de pessoas com deficiências do mercado de trabalho e da educação pode representar uma perda de cerca de 3% a 7% do PIB de um país, segundo relatório do Banco Mundial.

Estudo indica que aproximadamente 85 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe têm algum tipo de deficiência, e que uma em cada três famílias dessa região tem pelo menos uma pessoa com algum tipo de deficiência.

O levantamento do Banco Mundial mostra também que 15% das crianças com deficiências não estão matriculadas na escola e uma em cada duas pessoas nessa condição não participa do mercado de trabalho.

Para enfrentar essas estatísticas, é que nasceu o Instituto AB idealizado e fundado por Amanda Brito Orleans. E, advinhem? Ela será a nossa entrevistada deste episódio do “Conteúdo Raro”.

Então, hoje, irei dividir o palco digital com alguém que já dividi o palco físico. Por isso, estou pra lá de feliz e emocionada por tê-la aqui comigo.

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Fonte: Esposo da Amanda, Amanda e eu. Rio de Janeiro, 2018.

Convido, então: ELAAAA!

Uma mulher rara que vem se destacando nas mídias sociais no segmento de Inclusão e Diversidade e que já esteve com Luíza Trajano numa live sobre “Diversidade e Inclusão na agenda das Organizações”.

Você já percebeu que vai rolar conteúdo dos bons, né? Leia até o final.

Com você, Amanda!

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1. Quem é a Amanda Brito Orleans?

Sou uma mulher contra muitas estatísticas.

Nasci com uma doença rara, a Osteogênese imperfeita, também conhecida como ossos de vidro. A probabilidade de não sobreviver aos primeiros meses de vida era alta, mas hoje estou com 34 anos.

Agarrei a oportunidade que a educação me trouxe para romper o ciclo de invisibilidade no qual muitas pessoas com deficiência ainda estão inseridas. Apesar de ter estudado em um dos melhores cursos de Administração da Bahia, fui reprovada em todos os processos seletivos que passei.

O que ouvia? Que apesar de ter um excelente currículo, não seria possível a minha contratação porque usava cadeira de rodas. Essa é a realidade que 45 milhões de brasileiros e brasileiras com deficiência enfrentam. Então, estudei para concursos e fui aprovada em cinco.

Especializei-me em Gestão Empresarial e Educação e após 10 anos atuando no mundo corporativo, fiz uma transição de carreira e decidi empreender.

Casei com um homem incrível e rompi mais uma estatística: a grande maioria das pessoas com deficiência ainda sofre com o capacitismo, são infantilizadas e não vivem relacionamentos amorosos saudáveis.

Hoje, no lugar em que consegui estar, com o apoio e contribuição de muitas pessoas, trabalho para fazer parte da última geração das primeiras.

Meu sonho é que as pessoas com deficiência possam viver uma vida digna e que efetivamente usufruam dos direitos garantidos pela nossa Constituição.

2. Amanda, já ouvi sua história na palestra no Rio de Janeiro e me sinto privilegiada por ter aprendido tanto com você. Me conte mais sobre o Instituto AB.

O Instituto nasceu para impulsionar a diversidade e inclusão nas organizações não apenas como um cumprimento de uma questão legal, mas como fatores estratégicos para a inovação e que geram impacto nos resultados de negócio. Nosso propósito é gerar prosperidade através da diversidade e inclusão.

Para isso, hoje oferecemos um portfólio dividido em três eixos: recrutamento e seleção de profissionais com deficiência, educação Corporativa e consultoria estratégica com foco em diversidade e inclusão. Estamos no mercado há 9 meses e nosso banco já conta com mais de 250 mil currículos de candidatos com deficiência em todo Brasil e conseguimos impactar mais de 5 mil profissionais.

3. Vi no site do Instituto AB, um Webinar gratuito que você promoveu sobre processos seletivos inclusivos. Achei sensacional! Você poderia nos dizer quais são os benefícios de uma empresa que realiza um processo seletivo inclusivo?

Diversas pesquisas demonstram o impacto positivo que a diversidade traz para os resultados de negócio.

Em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, não faz sentido continuar contratando pessoas que seguem um determinado padrão, reforçando um grupo relativamente homogêneo e ter a expectativa de esse time seja capaz de construir soluções inovadoras.

Assim, antes de qualquer coisa, a diversidade é um ingrediente fundamental para que as empresas consigam se manter competitivas no mundo pós-pandemia, que tem acelerado ainda mais esse processo de mudança. Somado a isso, a diversidade também impulsiona o processo de desenvolvimento de competências dos líderes e a construção de times de alta performance. 

4. Me conte uma experiência inclusiva inesquecível que você já vivenciou na sua vida pessoal ou profissional.

Conhecer cidades como Londres, onde a acessibilidade arquitetônica é praticamente impecável foi uma experiência marcante. É inevitável não pensar sobre todas as oportunidades que são negadas historicamente às pessoas com deficiência pela falta de condições mínimas para que elas possam se locomover com autonomia e segurança.

Longe de querer reforçar a “síndrome do vira-lata”, precisamos trabalhar urgentemente para garantir o mínimo de condições para que as pessoas com deficiência tenham uma vida digna. 

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5. Na sua opinião, teremos um futuro inclusivo? Como os profissionais podem colaborar para construir um ambiente de trabalho inclusivo e diverso?

As organizações, sociedade e as pessoas estão cada vez engajadas em investir em desenvolvimento econômico sustentável, mas ele só será alcançado com e para todas as pessoas. Isso significa que não podemos mais negligenciar a inclusão produtiva de pessoas com deficiência ou que façam parte de outros grupos minorizados. 

Mas, ações pontuais não promovem a inclusão, por isso é fundamental investir em ações reais, estratégicas e sustentáveis.

Quando ouvi a história da Amanda pela primeira vez, fiquei encantada com a força e garra que ela tem. Acima de tudo, sua coragem.

Decidiu empreender e está brilhando com seu propósito na vida de milhares de pessoas com deficiência.

A doença rara é uma característica na vida dela, assim como muitas outras que ela possui. Até quando as empresas continuarão excluindo excelentes profissionais por usarem uma cadeira de roda?

Buscar a inclusão no mundo corporativo é respeitar a identidade do outro, seus valores, crenças e suas raridades. Neste mundo diverso, estarão descobertas incríveis, de aprendizados e uma jornada empresarial colaborativa e de legado.

Amanda, muito obrigada pela mensagem. Brotou dentro de mim uma faísca de esperança de que um Futuro Inclusivo é possível com “ações reais, estratégicas e sustentáveis”.

E você, acredita num Futuro Inclusivo? O que você está fazendo para que se torne uma realidade na sua empresa?

#ConteudoRaro #Inclusao #SomosTodosRaros

Sobre a autora:

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Enfermeira, pós-doutora em saúde Pública pela FURG, palestrante, consultora em doenças raras e professora.

Meus conteúdos abordam sobre os desafios das pessoas com doenças raras e seus familiares no acesso a informação segura e confiável, diagnóstico e tratamento. Além disso, a saúde pública é minha área de especialidade e atuação há 18 anos.

Minha casa digital: www.geisaluz.com

Publicado por por Amanda Brito

Administradora e Especialista em Gestão Empresarial e em Educação, atua há mais de dez anos conduzindo processos de Gestão Estratégica de Pessoas, Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano, além de já ter coordenado grupos de trabalho sobre Equidade em ambientes corporativos. Apaixonada por transformação de pessoas, possui formação em Coaching Executivo e Life Coaching, em curso credenciado pelo ICF, e em Practitioner em PNL. Também ministra palestras e tem experiência facilitando processos em Grupos. Baiana radicada no Rio, e viajante nas horas vagas, seus pés não sabem andar nem ficar quietos.

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