Estamos no mês de comemoração do Dia Internacional da Mulher e a melhor forma de celebrar é garantindo a execução de ações de inclusão que promovem a equidade de gênero.
Globalmente, precisaremos de 132 anos para fechar a lacuna de gênero na economia, na política, na educação, como ilustram os dados do Fórum Econômico Mundial. Além disso, as mulheres ocupam apenas 19,7% dos assentos dos conselhos das companhias em todo o mundo, revela o estudo Women in the boardroom: A global perspective, da Deloitte Global e do The 30% Club.
E dentro deste contexto, onde estão as mulheres com deficiência?
As mulheres com deficiência enfrentam barreiras adicionais à sua participação na economia e na sociedade se comparado aos homens, com e sem deficiência, e em relação às mulheres sem deficiência, resultando em discriminação, redução de oportunidades, salários mais baixos e alta exposição à violência de gênero.
O reconhecimento sobre as múltiplas dimensões de opressão e discriminação é o primeiro passo para abordar e fazer cumprir os direitos humanos de mulheres com deficiência e protegê-las de práticas discriminatórias.
O fato é que são escassos os dados globais que permitem comparações entre países por status de deficiência e gênero. Como resultado dessa lacuna nos dados, as políticas e ações de inclusão são predominantemente concebidas de forma a levar em consideração a deficiência ou o gênero e, portanto, não incorporam a vivência e desafios que as mulheres com deficiência enfrentam.
A ausência do reconhecimento da discriminação que é fruto da interseccionalidade entre gênero e raça, nos dá a falsa impressão da homogeneidade de um grupo. As iniciativas de inclusão e equidade, então, assumem um risco de considerar todas as mulheres em situação semelhante: como mulheres sem deficiência. Esta falha em reconhecer a diversidade dentro de um grupo impede que a Gestão Estratégica da Diversidade, Equidade e Inclusão crie as condições necessárias para garantir a verdadeira inclusão das mulheres com deficiência.
No Brasil, entre a população com algum tipo de deficiência, 10,5 milhões são mulheres, frente a 6,7 milhões de homens. De acordo com relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, as mulheres com deficiência exibiram menores taxas de participação no mercado de trabalho (24,7%) em relação aos homens com deficiência (34%) e também com relação às mulheres sem deficiência (57,7%). A taxa de desocupação foi maior para as mulheres com deficiência (13%) do que para os homens com deficiência (7,1%), de um modo geral.
Ainda é importante considerar que enquanto o salário médio das mulheres com deficiência é de R $1.464,00, o de homens com deficiência é de R $1.830,00 e o de pessoas sem deficiência é de R $2.619,00.
Esses dados ilustram, na prática, o conceito de interseccionalidade que diz respeito à sobreposição ou intersecção de marcadores sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação e discriminação.
As organizações efetivamente comprometidas em gerar impacto social positivo e com o ODS 5 – Igualdade de gênero da Agenda 2030 da ONU, reconhecem que abordagens generalistas de gênero e deficiência perpetuam a discriminação e a vulnerabilidade. Além disso, desenhar e executam ações efetivas para incluir e amplificar as vozes de mulheres e meninas com deficiência.
Quer saber mais como promover a inclusão de mulheres com deficiência em sua organização? Escreve para gente no contato@institutoab.com !