O Rio de Janeiro continua sendo (!)

Quase nove meses desde que eu saí da terra do dendê para morar na Cidade Maravilhosa e durante esse período já recebi visita de amigos (as) por algumas vezes. Na maioria delas, no trajeto do aeroporto para minha casa, precisei reforçar que as balas perdidas não sambam pelo ar com a frequência que aparentemente é apresentada nos telejornais. Longe de mim afirmar que não há um Estado vítima da corrupção e de sucessivas más gestões. Isso sem falar na violência urbana e no tráfico de drogas que tem um ar mais profissional que muitas empresas por aí. Mas, será que diante deste quadro que soa desesperança, as terras cariocas devem ser descartadas dos nossos planejamentos de viagem?

Para quem mora na cidade há pouco tempo ou está por aqui apenas de passagem, é fácil notar como o cenário do Rio tem cara de férias. Caminhar na orla às 18h, ver o pôr-do-sol na praia do Arpoador, tomar um chope depois do trabalho (de preferência na mureta da Urca) são pequenos prazeres que deixam a rotina mais leve.

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Descrição da imagem para cego ver: Amanda está andando sozinha em um corredor com árvores em ambos os lados

E se você está em busca de turismo acessível, posso garantir que, mesmo sendo Brasil, a minha experiência no Rio tem sido melhor do que na maioria das capitais que já estive. Aqui, criei hábitos até então impensáveis durante a minha vida em Salvador, como conseguir andar em algumas ruas sozinha. Os principais pontos turísticos ou são acessíveis ou contam com profissionais capacitados para lhe ajudar.

 

Como chegar

Se você optar por fazer a viagem por via terrestre e em ônibus intermunicipal ou interestadual, desembarcará na Rodoviária Novo Rio, que está localizada na Zona Portuária do Rio, de onde poderá se locomover usando o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

Em viagem aérea, é possível chegar ao Rio por dois aeroportos. O principal é o Aeroporto Tom Jobim, também conhecido como Galeão, situado na Ilha do Governador, e mais distante da Zona Sul da cidade. Além de receber voos internacionais, o Galeão é o destino da maioria dos voos diretos para o Rio. Chegando por lá, caso você decida utilizar os serviços do Uber, precisará estar em algum dos portões do Embarque, único local onde é permitida a busca de passageiros. Outra opção é usar táxi comum ou especial (credenciado) ou ainda o BRT.

O Aeroporto Santos Dumont, possui uma localização privilegiada, facilitando o acesso aos principais pontos turísticos na Zona Sul e Centro e, também, de negócios. Ele recebe uma quantidade de voos menor e a ponte aérea Rio – SP é seu principal trajeto.

 

Acessibilidade nos pontos turísticos mais visitados do Rio de Janeiro

As opções sobre o que fazer na Cidade Maravilhosa são tantas que daria para escrever um blog exclusivamente para falar sobre elas, mas aqui estão algumas dicas para quem deseja visitar o Rio pela primeira vez, tem pouco tempo disponível na cidade e anda em dúvida sobre a acessibilidade dos principais pontos turísticos.

 

A surpresa do Cristo Redentor

Não poderíamos começar as nossas avaliações de forma menos clichê, não é mesmo? Clichê e com uma vista deslumbrante. A grande questão é como desfrutar desta beleza, uma das Sete Maravilhas do Mundo, de maneira segura e agradável.

Para o turista com deficiência ou mobilidade reduzida, o fato de carros e táxis não terem acesso ao pé da estátua pode causar um desconforto inicial que rapidamente é substituído pela experiência inesquecível de fazer o trajeto pelo Trem do Corcovado, no bairro de Cosme Velho, até à estátua. Se é a sua primeira vez, aconselho a não perder a oportunidade de usar esta forma de deslocamento, visto ser o caminho mais lúdico e agradável. Na estação de embarque, o tratamento já é diferenciado, contando com o apoio dos funcionários para a entrada no Trem além do respeito ao acesso preferencial.

Outra opção é subir usando as vans oficiais.

Após o desembarque é necessário usar um elevador para continuar a subida e, a surpresa final, subir uma escada rolante. Confesso que na minha primeira visita, essa opção me deixou tensa, mas todos os funcionários são bem treinados para fazer o procedimento da maneira mais segura possível.

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Descrição da imagem para cego ver: Amanda está sendo levada por um rapaz em uma escada rolante. Ao lado é possível ver o Cristo Redentor

A parte frontal do Mirante conta apenas com um lance de escada, não sendo acessível ao turista com deficiência. Mas, isso não é um problema, já que a vista é melhor da parte acessível e mais alta.

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Descrição da imagem para cego ver: Amanda está de costas para a foto e em frente ao Cristo Redentor

Pão de Açúcar e Bondinho

O primeiro teleférico do Brasil não deixa a desejar quando comparado ao Cristo: é um daqueles passeios que devem estar no topo do que fazer no Rio.

Já na chegada ao ponto turístico, é possível avistar uma vaga especial que só é devidamente ocupada por carros com credencial. Ao lado das escadas que dão acesso à bilheteria há um elevador para os turistas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. Outro elevador está disponível para acesso à plataforma de embarque. O primeiro trecho nos deixa no Morro da Urca, há 220 metros do nível do mar. Um ponto de tensão é a transferência entre a plataforma e o Bondinho. Mas, assim como no Cristo, há profissionais treinados para auxiliar sempre que necessário.

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Descrição da imagem para cego ver: Amanda está segurando os cabelos e apreciando a vida no Pão de Açúcar.

Seguimos para o ponto mais alto do passeio de maneira tranquila e aproveitando a vista: o Pão de Açúcar, assim como a parada anterior, também conta com rampas, elevadores e banheiros adaptados.

A meia-entrada pode ser adquirida por idosos, estudantes, pessoas com deficiência e pessoas entre 06 e 21 anos.

 

Mas, e as tantas outras dicas?

Como disse no começo do post, é vasta a lista de dicas e opções sobre o que fazer no Rio, o que não caberia em apenas um post. Por isso, vamos seguir com outras dicas que proporcionem a nossa autonomia e façam nosso coração continuar batendo mais forte pela cidade maravilhosa.

Publicado por por Amanda Brito

Administradora e Especialista em Gestão Empresarial e em Educação, atua há mais de dez anos conduzindo processos de Gestão Estratégica de Pessoas, Gestão de Carreira e Desenvolvimento Humano, além de já ter coordenado grupos de trabalho sobre Equidade em ambientes corporativos. Apaixonada por transformação de pessoas, possui formação em Coaching Executivo e Life Coaching, em curso credenciado pelo ICF, e em Practitioner em PNL. Também ministra palestras e tem experiência facilitando processos em Grupos. Baiana radicada no Rio, e viajante nas horas vagas, seus pés não sabem andar nem ficar quietos.

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